O dia amanheceu cinzento e com alguns chuviscos o que nos deixou algo preocupados já que pedra+chuva não seria a combinação perfeita para uma volta que se queria 100Stress!
Tal situação teimou em continuar, mesmo depois da chegada a Porto de Mós, que seria o nosso ponto de partida para esta jornada. Montadas preparadas e aí vamos nós….
Saído da cidade de Porto de Mós, entrámos na localidade de Rio Alcaide (cerca de 500 m) num trilho de terra com alguma pedra solta que nos levou a “ganhar” os primeiros metros de acumulado, numa subida que deu para aquecer os motores. Com o corpo ainda a recuperar entrámos para o 1º single de forma cautelosa, pois a alguma pedra solta, obrigava a um controlo cuidado das montadas!
Na localidade de Carrascos, entrámos noutro trilho também ele em single, e para variar a subir. Era um single bastante técnico com alguma pedra solta que nos levou depois de passar na localidade de Casas dos Riscos, e já em estradão até muito perto das Grutas de Alvados. Daqui até ao alto do Vale da Canada, foi feito em estradão serpenteado os campos ladeados de rochas autóctones que dão uma rara beleza à paisagem e nos deixam a pensar no trabalho que outrora alguém teve para dividir os terrenos! É obra!
A subida do Patelo (não sei a origem deste nome), é uma subida com cerca de 1Km mas com inclinações de 15 a 20 % que serpenteia a encosta com um piso irregular com um misto de gravilha, regos, rocha solta e alguns drops que aliados à percentagem de inclinação fazem com que seja um obstáculo difícil de ultrapassar. Para os 100 Stress não foi excepção! Para mim (João) e para o Nuno foi feita em 2 partes (2/3 + 1/3), para o Joel não sendo o facto de ter parado para nos dar moral teria subido de uma só vez! O homem é uma máquina!
Subida feita, lá continuámos a subir por estradão sempre ladeado de muros de pedra calcária que muitas das vezes albergavam gado bovino e chegámos ao ponto mais alto do dia (589 metros). A partir daqui e descendo um pouco, entrámos num single fenomenal ao longo da Costa de Alvados.
É um par de Km’s de cortar a respiração, e o Nuno que o diga! Não aconselhável a que sofre de vertigens, já que o trilho tem o precipício de um lado e a encosta do outro e na maioria da sua extensão só cabe a roda da bicicleta. Não existem palavras nem fotos capazes de descrever a sensação de percorrer esta encosta, simplesmente divinal!!!
Findo o trilho, virámos para dentro da encosta e depois de mais um single entre muros em que tivemos de fazer gincana entre os “poios” bovinos, chegámos a uma das encostas da Fórnea. E que paisagem ….. O quadro que nos aparecia à frente valia por si só todas as gotas de suor que tínhamos gasto!
Depois de uns minutos a contemplar o cenário e para repor calorias, começamos a descer o Cabeço da Fórnea pelo lado Norte, através da encosta da Barroca. O trilho que serpenteia a encosta e que depois segue ao longo do Rio Lena foi feito a “tout lá vitesse”! Haja travões, rodas, pneus que aguentem … E aguentaram. O trilho acabou na localidade de Ribeira de Cima, onde aproveitámos para repor líquidos com umas colas fresquinhas num café local.
Estávamos com 33 Km nas pernas e muito perto de Porto de Mós, mas a direcção a seguir seria contrária seguindo o trilho que segue ao longo do Vale da Fonte. Já com as pernas a acusar a dureza do PNSAC, este trilho apesar de rolante em várias zonas, tinha a subida final para o Campo de Futebol da Bezerra que constituiu o esforço final antes de chegar à ciclovia.
A ciclovia da Bezerra, outrora antiga Linha do Caminho-de-ferro Mineiro do Lena, contorna a Serra da Pevide. Foram 6 Km’s feitos ligeiramente a descer pela encosta nascente ao longo do “tuvenã” da ciclovia até chegarmos à zona dos Moinhos, onde por um trilho muito pedregoso e técnico a subir chegámos ao Marco Geodésico do Cabeço Grande.
Daqui sabíamos que até ao final seria sempre a descer… E que descida! Foram cerca de 2 Km’s em single onde a adrenalina foi ao máximo (pelo menos da minha parte) por entre pedras, degraus e regos. Se num single com estas características é normal os pulsos acusarem a dureza, da minha parte todo o corpo acusou! (Ehehe!).
Chegados novamente à localidade de Ribeira de Cima, rumámos por alcatrão para Porto de Mós e acabámos a nossa jornada no jardim da cidade.
Foi uma volta em que ficámos todos com o sorriso nos lábios e com a sensação de missão cumprida!
Já me estava a esquecer! Depois de arrumarmos as burras, na carrinha do Joel, antes do regresso a Tomar, tivemos ainda tempo para repor as calorias gastas com umas belas bifanas!
Fiquem bem e boas pedaladas sempre 100 Stress….
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