Com
o limite de inscrições (800) atingido em 2 dias com uma antecedência superior a
3 meses para a data de realização da prova, os Trilhos da Raia, continuam a ser
uma das “mecas” do BTT nacional, onde se pode encontrar pessoal das mais
diversas origens geográficas.
Da
minha parte esta já é a 4ª seguida e mais uma vez a ACIN, conseguiu superar as minhas
expectativas e as dos amigos de pedaladas que rumaram comigo até terras
raianas, o 100Stress Marco Silva e o amigo Domingos.
Como
tem sido habitual e dada a distância geográfica de Idanha-a-Nova de Tomar (140 Km ), optámos por fazer a
viagem de véspera e aproveitámos mais uma vez a hospitalidade dos Bombeiros
Voluntários de Idanha-a-Nova (agradecimento especial ao amigo Toni) que nos
cederam as suas instalações para pernoitarmos e para os banhos.
Relativamente
à prova tínhamos combinado na véspera que o objectivo era partir o mais à
frente possível no pelotão, para evitar congestionamentos à partida e na
entrada dos trilhos e assim foi. Depois de um substancial pequeno-almoço numa
pastelaria local, lá nos dirigimos para junto do arco insuflável de partida
onde já se encontravam cerca de um centena de participantes. O frenesim e
ansiedade era bem evidente no pessoal desejoso de atacar os trilhos e rapidamente
o largo da partida ficou composto à espera da partida.
9:00
h em ponto partida !!! Foi a última vez que vi os meus amigos de pedaladas!
Apesar
de não ser apanágio dos 100Stress, desta vez cada um seguiu com o seu ritmo e com
diferentes objectivos em
mente. Eu (João Carvalho) já andava há quase um mês a
mentalizar-me para os 95 Km ,
lá arranquei a um ritmo moderado, o Marco e o Domingos foram para os 55 Km , o 100Stress tinha como
objectivo “sentir” a sua condição física e fazer o passeio sem esforçar muito,
já o Domingos foi sempre “prego a fundo” à procura da melhor classificação
possível.
João
Carvalho, classificação: 91º em 234; tempo: 5h 42 m
Marco
Silva, classificação: 183º em 484; tempo: 3h 54 m
Domingos
Lopes, classificação: 39º em 484; tempo: 3h 01 m
Descrição
dos 95 Km ,
na 1ª Pessoa
Como
parti relativamente à frente, e com os 3 primeiros Km’s em alcatrão deu para o
pessoal alongar o que permitiu que na 1ª descida já em trilho para a albufeira
da barragem Marechal
Carmona não houvessem congestionamentos. Apesar do dia ameaçar chuva, o pó na
parte inicial era muito, dificultando muitas vezes a visibilidade e a
respiração. Seguindo a bom ritmo, mas sem exagerar passei pela Ribeira das Taliscas –
Rio Torto (Km 9), e comecei a subir para o Marco Geodésico do Torrão (Km
12,5).
Esta subida foi feita ainda com bastante pessoal, mas sem necessidade de desmontar. Lá segui para o próximo ponto de passagem que seria a aldeia de Proença-a-Velha (Km19,5). Estava-me a sentir bem e cada vez mais mentalizado que iria para os 95km e nem mesmo as borrifadelas que S.Pedro nos brindou me desanimou. Sabia que se a opção fosse os 95Km, tinha que me alimentar e hidratar correctamente, pelo que não descurei esse aspecto. Chegado à aldeia de Medelim (Km 27), era tempo para o 1º abastecimento do dia, e onde aproveitei também para olear a corrente.
Depois da curta paragem para não quebrar o bom ritmo que trazia lá me fiz aos trilhos!!! À saída da aldeia era onde se dava a separação dos dois percursos (55/95) e sabia que tinha que tomar uma decisão relativamente ao percurso a seguir. Ainda olhei discretamente para a placa dos 55, mas a bike apontou para os95 km
e aqui vamos nós....
Sabia do estudo que tinha feito pelo track disponibilizado pela organização que até à descida para Penha Garcia seria sempre a subir, se bem que moderadamente até ao Km 40 e com uma forte “picada” para a Serra do Ramiro entre os Km’s 43 e 46. Por isso, e como seguia sozinho tentei encontrar o ritmo certo e juntei-me a dois elementos dos BTT Cacia e MK/Máquinas com os quais rolei alguns Kms.
Ao Km 43 deu-se o início da “Picada” para Serra do Ramiro, ainda com bastante pessoal, boa disposição, mas também na companhia de uma chuva “molha tolos” para ajudar!. Uns a “penantes”, outros nem tanto lá se ia subindo a custo pela encosta.
Depois de 50 m
também a “penantes”, montei para o resto da íngreme subida e nunca mais
desmontei; o planalto foi feito a grande velocidade em direcção a Penha Garcia
com o Rio Ponsul lá
em baixo à nossa esquerda (paisagem magnífica) mas com a chuva sempre presente,
o que me estava a preocupar, pois sabia que tinha de descer a calçada romana e
chuva+pedra não são a combinação perfeita para quem anda nestas andanças.
Em Penha Garcia , foi um
serpentear por becos e ruelas até á saída da aldeia para a praia fluvial, onde
começava a descida em calçada romana (rota dos fósseis). Se a placa “Descida
Perigosa” leva o pessoal a pensar duas vezes, eu nem 1/2 vez pensei e desmontei
no início da descida, não só para apreciar a paisagem envolvente (sem
palavras….), mas também para não esmurrar o cromado (a memória ainda está fresca).
E assim foi num serpentear constante, com a montada a mão, até à praia fluvial tentando mesmo assim não cair! Estava difícil acreditem… Prometi a mim mesmo que um dia voltaria a este local, ou para um mergulho na magnífica piscina natural ou para repetir a calçada montado na bike!
Depois de cerca de 600m de um misto de contemplação e sofrimento (10 a 15 minutos), lá deu para
montar no passadiço da praia fluvial…. Começo a pedalar novamente e foi então
que apanhei o único susto do dia com duas valentes cãibras nos músculos na
parte posterior das coxas… Olhei para o GPS que marcava 51 Kms, e pensei já
foste! Comecei a pedalar “redondo” sem esforçar muito e continuei assim até à
zona do 2ª abastecimento à saída de Penha Garcia.
Esta subida foi feita ainda com bastante pessoal, mas sem necessidade de desmontar. Lá segui para o próximo ponto de passagem que seria a aldeia de Proença-a-Velha (Km19,5). Estava-me a sentir bem e cada vez mais mentalizado que iria para os 95km e nem mesmo as borrifadelas que S.Pedro nos brindou me desanimou. Sabia que se a opção fosse os 95Km, tinha que me alimentar e hidratar correctamente, pelo que não descurei esse aspecto. Chegado à aldeia de Medelim (Km 27), era tempo para o 1º abastecimento do dia, e onde aproveitei também para olear a corrente.
Depois da curta paragem para não quebrar o bom ritmo que trazia lá me fiz aos trilhos!!! À saída da aldeia era onde se dava a separação dos dois percursos (55/95) e sabia que tinha que tomar uma decisão relativamente ao percurso a seguir. Ainda olhei discretamente para a placa dos 55, mas a bike apontou para os
Sabia do estudo que tinha feito pelo track disponibilizado pela organização que até à descida para Penha Garcia seria sempre a subir, se bem que moderadamente até ao Km 40 e com uma forte “picada” para a Serra do Ramiro entre os Km’s 43 e 46. Por isso, e como seguia sozinho tentei encontrar o ritmo certo e juntei-me a dois elementos dos BTT Cacia e MK/Máquinas com os quais rolei alguns Kms.
Ao Km 43 deu-se o início da “Picada” para Serra do Ramiro, ainda com bastante pessoal, boa disposição, mas também na companhia de uma chuva “molha tolos” para ajudar!. Uns a “penantes”, outros nem tanto lá se ia subindo a custo pela encosta.
E assim foi num serpentear constante, com a montada a mão, até à praia fluvial tentando mesmo assim não cair! Estava difícil acreditem… Prometi a mim mesmo que um dia voltaria a este local, ou para um mergulho na magnífica piscina natural ou para repetir a calçada montado na bike!
Depois de cerca de 600m de um misto de contemplação e sofrimento (
Parei fiz uns alongamentos,
sem forçar muito, aconcheguei o estômago com mais uma barra energética e tentei
seguir. Por incrível que pareça, ou porque o terreno o proporcionou (sempre
quase rolante), a dor desapareceu e fiz largos Km’s sozinho, por estradões,
alguns singles, sempre a abrir. Estava-me a sentir bem e os cerca de 20 Km’s
que separavam Penha Garcia de Idanha-a-Velha, foram
feitos num ápice e de repente estava no 3ª abastecimento onde só parei para
reabastecer os cantis.
Já com o Sol a brilhar, a partir daqui até à barragem Marechal Carmona já conhecia o rumo a seguir de edições anteriores, pelo que aumentei o ritmo e aproveitei para recuperar algumas posições por entre os estradões e singles junto à albufeira da barragem. Cheguei ao paredão da barragem com cerca de 87 Km’s nas pernas e1500 m
de acumulado e pensei para mim…. onde é que estariam os restantes 400 m de acumulado que a
organização tinha anunciado? Sabia de edições anteriores que teria de subir
para Idanha, mas não conhecia a parte final do track. A aproximação à meta
acabou de ter de tudo, claro sempre em ascensão a começar do lado de baixo do
paredão da barragem: estradão, alcatrão, uma espectacular calçada romana e
ruelas empedradas já dentro da vila que acabaram já muito perto do largo da
câmara municipal.
Já com o Sol a brilhar, a partir daqui até à barragem Marechal Carmona já conhecia o rumo a seguir de edições anteriores, pelo que aumentei o ritmo e aproveitei para recuperar algumas posições por entre os estradões e singles junto à albufeira da barragem. Cheguei ao paredão da barragem com cerca de 87 Km’s nas pernas e
Faltavam só alguns metros para a meta, que como já é hábito
estava instalada no palco do recinto de feiras, desta vez a organização optou
por fazer um corredor directo ao palco, deixando de parte o serpentear por
entre os sobreiros, pelo que rapidamente conclui o percurso. Desci a rampa do
palco e pensei para mim: objectivo cumprido!
Escusado
será dizer que os meus companheiros de pedaladas já tinham concluído os 55Km e
já tinham aconchegado o estômago com o belo do porco no espeto que continua e
bem a marcar o cardápio dos Trilhos da Raia. Depois da lavagem da CUBE e de uma
banho revitalizante, foi a minha vez de repor os líquidos e saborear o porco no
espeto.
Em
nome dos BTT100Stress, parabéns à organização – ACIN, que mais uma vez esteve à
altura.
Fiquem
bem e boas pedaladas….
Vídeos:
Vídeo (by Carlos Rodrigues) : http://www.youtube.com/watch?v=pkFLM60j1mk
(Marco a partir
do minuto 4:08)
Vídeo (by
bttfamília): http://www.youtube.com/watch?v=WMONHsn9Xh0
(Marco
ao minuto 06:33 e João Carvalho ao minuto 14:47)
Fotos
da Organização: http://gallery.acin.com.pt/main.php?g2_itemId=21022
Track em formato KML (GoogleEarth) pode ser descarregado aqui
Mapas e Tracks: João Carvalho
Fotos: João Carvalho, ACIN e outros participantes
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